Sinos de Caravágio

Nossa Senhora do Caravágio

Localização: Linha Marechal Deodoro, Comunidade de Nossa Senhora do Caravágio

Distância do centro de Vila Flores: 5 km, pela BR 470

Os nortenhos sicilianos da Itália, emigrados da região do Vêneto, se instalaram no que viria a constituir a Comunidade de Nossa Senhora do Caravágio. A alimentação era fornecida pela caça, inicialmente. Conta-se que, em certa época, passaram-se quarenta dias somente à base de abóboras, devido à falta de outros produtos.

A história desta comunidade iniciou na Páscoa de 1886 quando aqui chegaram oito famílias de imigrantes vindos de Treviso, na Itália, para iniciarem uma nova vida cheia de esperança e muita fé.

Ao partirem da Itália receberam do pároco de Treviso, cinco gotas de cera do Círio Pascal com esta recomendação: “Chegando ao vosso destino, já que não tereis de momento igreja , nem sacerdote, procurai uma árvore, abram uma cruz nela e lá colocai estas cinco gotas de cera  benta e lá fazei vossas  orações”. E assim se fez. A árvore, uma sapopema, embora desgastada pelo tempo, ainda vive e é um marco da fé e da religiosidade dos nos nossos imigrantes.

A primeira igreja foi construída com tábuas serradas à mão.  Nela foi colocada a imagem de Nossa Senhora do Caravágio,esculpida em madeira e importada da Itália por João Franzon. Os três sinos sonoros, foram trazidos da Alemanha em em 1927 os dois menores e em 1928 o maior.

O sino era tocado religiosamente ao meio-dia e às 18h00min pelo campanaro, palavra derivada da “campane”, que significa sino. Conta-se que, certa vez, o primeiro campanaro da cidade acordou antes do horário e se antecipou, inadvertidamente, da toca de sinos. Os residentes, pensando em se tratar de um incêndio, devido à atemporalidade do aviso sonoro, correram em auxílio, para o centro da comunidade, com baldes de água e escadas. Não demorou muito até que todos se dessem conta do acidental alarme falso do campanaro.

Redigido com base nos depoimentos de residentes da comunidade e pelo relato histórico inscrito na obra “Pinheiro Seco, os italianos de Vila Flores”, de Orildo Longhi e Adelar Rigo. A coleta de dados foi feita e adaptada, em 2017,  por Guilherme Hoffmeister, Turismólogo de Vila Flores.