Cruz de Ferro

Cruz de Ferro

Localização: Barro Preto , esquina Buarque de Macedo com Linha Marechal Deodoro.

Distância do centro de Vila Flores: 1 km do centro de Vila Flores, pela BR 470

Estavam para se celebrar os mais de duzentos anos das Missões Jesuíticas no Brasil, surgidas em 1682. Por volta da última década do século XIX, um residente da localidade de Barro Preto, o Padre Dom Matheus Pasquali, enviou uma carta solicitando a Roma apoio financeiro, para pagar a compra de uma Cruz de Ferro em nome da festividade que se aproximava. Meses depois, a cruz foi encomendada, com a resposta afirmativa do Papa Leão XIII, pontífice famoso pela emissão da histórica Bula Papal Rerum Novarum.

Os encarregados do Padre Pasquali dirigiram-se à Veranópolis, onde sabiam que um famoso ferreiro, tradicional em confeccionar cruzes de ferro para o cemitério local, residia. Após duradouro trabalho de preparação, o ferreiro, Sr. Girardi, entregou a encomenda. À época não havia carroças à disposição em Barro Preto, tendo ocorrido o transporte da pesada cruz por meio de bois.

Em posse da cruz, restava afixá-la. Com o intuito de homenagear um velho amigo seu que cantava, costumeiramente, nas missas, o Padre Pasquali requisitou a colocação do símbolo religioso próximo à morada de Cornélio Pasenato, em 1901.

O homenageado, em retribuição, colocou um lampião junto à cruz, para que todos que por ali passassem pudessem expressar sua devoção e pedir graça ao longo do caminho que restava para chegar em casa.

Com o passar do tempo, a Cruz de Ferro tornou-se um ponto de referência para os viajantes que tinham destino ou partiam de Bento Gonçalves. Sabia-se que estava a 50 quilômetros de Barro Preto.

O nome da localidade adveio dos frequentes casos em que os carreteiros atolavam suas carroças na lama de tintagem escura. A recorrência era tamanha que os residentes passaram a adotar a denominação de sua morada pelo epíteto de Barro Preto, na virada do século XIX para o XX.

História redigida com base nos depoimentos de residentes da comunidade Barro Preto, Amélia Celestina Pasenato, Irma Purina Costa, Paulina Antônio Ferreto, Rômulo Peruzzo. A coleta de dados foi feita, em 2002,  por Salete Fiori e editada, em 2017,  por Guilherme Hoffmeister, Turismólogo de Vila Flores.